Chapa 1

Caro colega professor,

Iniciamos este blog com o intuito de divulgar nossa plataforma e de conhecer sua opinião.

Seja bem-vindo!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Juntos no compromisso com a UnB - Agradecimentos à sua participação

- Considerando a inequívoca vitória de nossa chapa na apuração de ontem;
- Considerando que todo o processo foi legítimo e eficazmente conduzido;
- Considerando o resultado que aponta para uma divisão numérica de nosso professorado;
- Considerando, ainda, que ao final e ao cabo, estamos todos na mesma universidade e no mesmo barco.

O processo eleitoral foi um processo caracterizado pelo debate de alto nível com a participação de mais de mil professores. A grande participação e o debate franco de idéias contribuíram para legitimar e fortalecer uma entidade capaz de desempenhar um papel protagonista na construção da universidade pública que todos almejamos. Queremos agradecer a participação de todos estes professores nas eleições da ADUnB, independentemente das suas posições. Agradecemos também pela oportunidade que tivemos de expor nossas idéias e propostas em um clima de debate respeitoso e fraterno. O processo eleitoral do nosso sindicato pôde espelhar nossa capacidade de diálogo na construção coletiva de reivindicações e propostas para enfrentar os desafios que se colocam nos próximos anos. Para defender nossas conquistas e direitos e avançar ainda mais, é necessário unidade em torno de nosso compromisso institucional com a UnB e com a categoria dos professores. Neste sentido, aproveitamos o agradecimento para conclamar todos os professores a reforçarem este compromisso porque a unidade do movimento não se faz de discursos, mas com propostas de ação, com lutas e com o respeito à institucionalidade e à democracia.

A CHAPA 1 VEM À PRESENÇA DE TODOS(AS) AGRADECER PÚBLICAMENTE A SIGNIFICATIVA VOTAÇÃO QUE OBTEVE NESTE PLEITO E CONCLAMAR A CHAPA 2 E OS PROFESSORES VONTANTES NELA  A NOS UNIRMOS NUM PROJETO FUTURO DE UNIVERSIDADE QUE FAÇA JUS AOS NOSSOS MAIS VARIADOS ANSEIOS E MANUTENÇÃO DA QUALIDADE ACADÊMICA E RELACIONAL DA NOSSSA UnB, COM RESPEITO E INTEGRAÇÃO DE NOSSAS DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS. DE FORMA PLURAL E INDEPENDENTE!

Chapa 1 Plural e Independente: Pela Valorização do Professor

segunda-feira, 17 de maio de 2010

A força da ADUnB está na participação de todos

Colegas professoras e professores da UnB. Tivemos, nos últimos dias, vários textos e posicionamentos sobre o processo eleitoral na ADUnB. Alguns foram assinados pelas chapas concorrentes; outros, por apoiadores. Nós, da Chapa 1 – Plural e Independente –, acreditamos que o voto não é um momento, mas o coroamento de um processo de debate e reflexão. Por isso, procuramos pautar este processo eleitoral pela apresentação das nossas ideias, sem rebaixarmos o debate ao nível de acusações, geralmente infundadas e policialescas. E procuramos o debate de ideias porque acreditamos que a nossa categoria tem as suas particularidades. Se todo o ser humano age com o intelecto, o nosso trabalho é fundamentalmente intelectual: vivemos do processo de estudo, pesquisa, reflexão e construção cultural. Acreditamos na capacidade de reflexão da nossa categoria. É natural que um processo de decisão – também eleitoral – espelhe o que somos por opção e ofício. E é isto o que pedimos neste momento a cada um dos professores e das professoras da UnB: reflexão. Reflexão sobre as propostas das chapas para o sindicato e para a defesa dos interesses da nossa categoria. Reflexão sobre a prática política e profissional de cada membro das chapas, seus currículos e posturas. Reflexão sobre os caminhos que devemos percorrer na nossa universidade. Reflexão sobre o futuro da categoria e sua relação com os demais setores da universidade. E também reflexão sobre os rumos que a UnB tem seguido, sobre o tipo de universidade pública que queremos, seja como local de trabalho ou como instituição social. Assim, pedimos que a reflexão se manifeste em uma forte participação nas eleições para a direção da ADUnB amanhã e quarta-feira, na certeza que, do voto secreto, que coíbe os constrangimentos e pressões, sairá a melhor decisão para a categoria.

Democracia na ADUnB, assembleias gerais e novas tecnologias

Democracia, como tudo na sociedade humana, evolui. Não se pode pensar que as mesmas formas de comunicação e ação política utilizada há décadas – mesmo séculos – são as únicas possíveis, ou mesmo as mais adequadas, para o mundo contemporâneo. A mesma evolução tem que se dar nos processos de decisão política. Eles precisam se adaptar ao mundo em que vivemos. Hoje somos mais de 2000 professores associados à ADUnB, número que por si só impede a reunião pública de todos na UnB por falta de espaço físico. No entanto, possuímos meios de comunicação instantânea, como a internet ou telefonia celular, que podem fazer com que toda a base da categoria, onde quer que se encontre, possa se informar, opinar e refletir sobre a realidade política. Os processos eleitorais evoluíram muito desde o tempo da Antiga Grécia, quando decisões eram tomadas em praça pública. No Brasil de hoje, temos a possibilidade de votar para presidente em qualquer lugar do mundo. Não é possível que um sindicato de professores universitários, que reúne parte da comunidade intelectual mais avançada do país, não avance para novas formas de expressão da democracia, como voto eletrônico, participação virtual ou outros usos da tecnologia disponível. A participação somente aumenta a representatividade e a democracia no sindicato, e participação não se dá apenas com a presença em assembleias e reuniões. Não podemos ser conservadores – ou mesmo reacionários – ao ponto de termos medo de adaptarmos o nosso sindicato ao mundo em que vivemos. A Chapa 1 – Plural e Independente – é favorável ao aprofundamento da democracia, que no nosso sindicato passa pelo aumento da participação e do aperfeiçoamento das formas de decisão, que, no mundo em que vivemos, passa necessariamente pelo uso das novas tecnologias para votações e demais decisões. Afinal, a participação de muitos evita o controle por poucos.

Aos Professores Aposentados,

A Chapa 1 – Plural e Independente – que concorre às eleições da ADUnB tem divulgado amplamente o seu programa. Hoje nos dirigimos especialmente aos aposentados para chamar a atenção para os itens da nossa proposta referentes a este segmento de docentes.
A defesa intransigente da equiparação das remunerações de professores aposentados e de ativos é uma das nossas metas.  
Nossa proposta de maior aproximação entre a entidade e os professores inclui a todos. Pretendemos criar, física e virtualmente, espaços específicos de interlocução com os associados. Entendemos que esta aproximação nos habilitará a melhor compreensão dos problemas gerais e específicos da categoria, permitindo que a ADUnB possa agir proativamente, isto é, identificando as ameaças e atuando antes que elas se convertam em problemas concretos de perdas de toda e qualquer natureza para a categoria ou para alguns de seus segmentos.
Os professores aposentados têm demandas específicas que requererão da entidade um acompanhamento sistemático e contínuo em conjunto com os aposentados e em parceria com a APOSFUB.    
Seu apoio à nossa proposta, expresso no voto, nos dará a oportunidade de trilhar um novo caminho na condução da ADUnB que amplie a oportunidade de protagonismo social da categoria docente.  A defesa de condições dignas de remuneração e de trabalho é um ponto de partida para que os professores universitários, como classe trabalhadora, possam cumprir os seus compromissos com a educação pública e gratuita de qualidade em todos os níveis de ensino; a autonomia universitária; a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão da superior; a com a construção da democracia no país.

Os professores aposentados votarão na SEÇÃO I:
Sede da ADUnB - Dias 18 e 19/05 - das 8h30 às 21h

Eleições da ADUnB - Terça e Quarta - 18 e 19 de Maio

Simplificar os pedidos de progressão funcional

Os novos professores que estão entrando na UnB, além das suas atribuições acadêmicas terão de reservar um tempo e espaço nas suas gavetas para armazenar dezenas de comprovantes, declarações, atestados, cópias de artigos, comprovantes que ministraram disciplinas, etc. Esses documentos se fazem necessários para a comprovação do pedido de progressão funcional realizada a cada dois anos por mérito e a cada quatro anos por tempo de serviço. É isso o que disciplina a Resolução do CEPE que existe há mais de 20 anos, quando o Curriculo Lattes ainda não existia. A UnB tem um dos sistemas mais morosos e antiquados de progressão funcional. Embora os esforços de vários colegas que participam da Câmara de Carreira Docente - CCD, o fato é que entre o tempo entre o pedido manifestado pelo professor na sua Unidade até a sua aprovação na CCD pode levar mais de um semestre.
Os novos professores que estão ingressando na UnB já concluíram sua formação sob os auspícios da Plataforma Lattes. Tudo o que é produzido é informado no currículo do CNPq. A Chapa-1 propôs no seu plano de ação a criação de mecanismos mais ágeis de progressão por mérito com o reconhecimento e legitimidade co CV Lattes como documento comprobatório das atividades acadêmicas.
A Chapa-1 vai apresentar uma proposta ao CEPE para que institua um grupo de trabalho visando criar mecanismos mais ágeis eficazes de progressão funcional com a utilização dos dados armazenados na plataforma Lattes integrando-os aos registros dos sistemas internos da UnB.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Em defesa do bom funcionamento da universidade

A Chapa 1 - Plural e Independente - Pela Valorização do Professor vem publicamente posicionar-se contra o uso de práticas violentas que dificultam o funcionamento da universidade e dos seus órgão colegiados. As reuniões dos órgãos colegiados da universidade são fundamentais para o bom funcionamento da instituição e para a garantia da democracia interna. Elas não podem ser impedidas por práticas coercitivas de grupos. Neste sentido, repudiamos, com veemência, a ação autoritária que impediu a realização da reunião do CEPE da última quinta-feira. Trata-se de um espaço decisório fundamental para a gestão democrática e transparente da nossa universidade que precisa ser respeitado.

Respeito ao professor

A intolerância, a retórica de ‘rótulos’ moralistas e as simplificações grosseiras da realidade em uma visão calcada no maniqueísmo são indicadores da crescente falta de respeito ao professor. Primeiro, porque é um desrespeito aos nossos valores como educadores. Um desrespeito ao valor do argumento, ao rigor acadêmico, ao diálogo na construção do conhecimento. Segundo, porque é um desrespeito ao valor da pluralidade, ao valor da dúvida, ao espírito crítico que nutre a investigação científica. O discurso do moralismo se materializa na prática de ‘moralizar’ por meio da imputação de juízos de valor sobre a moralidade do outro. O seu uso quase sempre coincidiu com o autoritarismo, a discriminação e as perseguições. O comportamento dos grupos moralistas se assemelha ao das ‘massas de acossamento’. Todos querem participar do acossamento, cada um quer desferir seu golpe. A melhor resposta é o resgate do respeito. Trata-se do respeito ao diálogo, à diferença e à reflexão. É por isso que queremos fazer do nosso sindicato um espaço para exercitar também o respeito ao espírito crítico e plural que não se curva à indigência intelectual do ‘moralismo’, do maniqueísmo e da intolerância para com os colegas que pensam diferente de nós.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Liberdade acadêmica

O conceito de liberdade acadêmica é um dos pilares do ensino brasileiro, sendo assegurado na Constituição Federal de 1988, no artigo 206, parágrafos II e III que transcrevemos abaixo:

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I.        (...)
II.     liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III.   pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

            Além da docência, é importante salientar que a Constituição Federal de 1988 também fala em liberdade de pesquisa. Esta liberdade de pesquisa é o que move a pesquisa e a pós-graduação brasileiras; limitá-la através de mecanismos burocráticos, seja para avaliação de mérito ou ingresso nas pós-graduações constitui grave erro.
            A recente história do século XX é cheia de casos nos quais a limitação da liberdade acadêmica por meio de concepções político-ideológicas resultou em desastre. Como exemplo, durante a revolução chinesa liderada por Mao-Tsé-Tung o governo incitou jovens estudantes a delatar professores “alinhados” com a ideologia burguesa. O resultado foi o linchamento e a humilhação de diversos pesquisadores competentes com a consequente estagnação na produção acadêmica chinesa. No Brasil, durante o regime militar, intelectuais foram perseguidos por ideais contrários ao regime, o que resultou na dependência acadêmica dos grandes centros, que ainda é observada hoje. Esta dependência se manifesta de várias formas, como na valorização dos programas de pós-graduação estrangeiros em detrimento dos nacionais; na avaliação do impacto acadêmico das publicações, o sistema Qualis da CAPES; ou até mesmo em atividades como uma aula inaugural. Um resultado disto é a dificuldade em formar pesquisadores de excelência, do quilate de César Lattes ou Florestan Fernandes. No nosso caso, temos que reverter o processo de fuga de cérebros que a UnB está presenciando e que pode levá-la a ser mais uma escola de terceiro grau, dentre tantas já existentes no país e no DF.
            A Universidade de Brasília foi fundada sob os signos da liberdade acadêmica e da autonomia universitária. Os governos militares e duas ou três administrações internas submissas aos ditames do MEC fizeram a UnB recuar em seu caminho de ser uma universidade de vanguarda no país.
            A Chapa 1 entende que devemos retomar o debate na Universidade de Brasília sobre a liberdade acadêmica, abordando maneiras de garantir o cumprimento do texto constitucional e o desiderato da UnB: fortalecer os sistemas de ensino, pesquisa e extensão, na graduação e na pós-graduação, e em todas as formas de expressão acadêmicas."

Links interessantes:


UnB: Começo de História

A criação da UnB é um marco na história da universidade no Brasil. Para entender a amplitude e importância do projeto UnB, é preciso rever a situação da ciência brasileira desde os seus primórdios. Isto seria impossível, além de cansativo. Este texto tem o propósito de resgatar a história, apresentá-la à geração de mestres, doutores e estudantes que freqüentam, quase 50 anos depois da fundação, os quatro campi da UnB. Reafirmamos assim o nosso compromisso com os ideais fundantes dessa instituição.

Sabemos do tardio aparecimento da universidade no Brasil, que só ocorreu mais de quatrocentos anos após a chegada dos colonizadores portugueses. As atividades de pesquisa científica no Brasil, até o início do século XX, eram incipientes e representavam o esforço individual ou de pequenos grupos ligados ao segmento acadêmico. Estes formaram as primeiras sociedades científicas no Brasil: Academia Brasileira de Ciência (1916) e Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (1949). Entretanto, o exercício profissional de atividades de pesquisa e o esforço organizativo e institucional da ciência brasileira só apareceram nos anos 60.

Naquele momento histórico, em que a reforma universitária era discutida pela sociedade brasileira, surgiu a Universidade de Brasília. Um projeto arrojado, de uma instituição orgânica, que introduzia o conceito de indissociabilidade entre ensino e pesquisa; a organização dos cursos por meio do sistema de créditos; o conceito de departamento como unidade mínima acadêmica; o regime de trabalho em dedicação exclusiva e a pós-graduação como parte regular da atividade institucional. O modelo UnB foi influenciado pela proposta de Anísio Teixeira para a Universidade do Distrito Federal (1934-1937), superando em vários aspectos. Darcy Ribeiro assim descreveu uma das características próprias da UnB:

"Um dos projetos fundamentais da UnB, larga e maduramente planejado, era o de ajudar as universidades brasileiras a dar o passo decisivo para o seu amadurecimento. Refiro-me à institucionalização de um sistema de pós-graduação, não por meio de programas eventuais de mestrado e doutorado, mas de uma verdadeira ascensão ao quarto nível de educação. Isto é, acrescentar às redes de ensino de nível primário, secundário e ao terciário que é o superior, um quarto nível correspondente à pós-graduação. Somente alcançando este nível, aliás, uma universidade passa a merecer este nome". (UnB: invenção e descaminho, 1978, p117)

Embora raramente seja mencionada, a história da pós-graduação no Brasil passa necessariamente pela criação da Universidade de Brasília, como apontado por Darcy Ribeiro.

O compromisso da UnB com a capacitação de quadros altamente qualificados para a pesquisa e o ensino superior fez-se notar desde os primeiros momentos de seu funcionamento. Diversas unidades acadêmicas iniciaram seu funcionamento pela organização de uma estrutura de pesquisa e pela capacitação de recursos humanos no nível de pós-graduação. Os cursos de graduação teriam início após a existência de uma massa crítica de pesquisadores que comporia o corpo docente da unidade. Estudantes de pós-graduação eram contratados como instrutores e trabalhavam junto com os seus professores, enquanto se formavam como pesquisadores e como professores. Os estudantes de graduação se beneficiavam dessa estrutura através das oportunidades de envolvimento em pesquisa. A comunidade de estudos assim formada era algo extremamente inovador, que rompia a dura estrutura hierárquica criada pelas cátedras vitalícias e pelo ensino seriado que vigoravam nas universidades brasileiras.  

O plano de carreira docente, algo também inovador no âmbito nacional, privilegiava a dedicação exclusiva, algo que era discutido desde 1948 pela SBPC. O ingresso na carreira dava-se no nível de instrutor, já citado, que era reservado à contratação temporária, até o limite de término do curso de pós-graduação. Nesta condição, os estudantes de mestrado e doutorado tinham proventos que lhes asseguravam condições econômicas de permanência nos cursos e dedicação exclusiva aos estudos e à docência.

Dados encontrados no Diagnóstico do Desenvolvimento da Universidade de Brasília 1962/1968 (UnB, 1969), indicam que a Matemática, a Física e a Psicologia ofereciam cursos regulares de pós-graduação. Nas demais áreas os "graus concedidos ao nível de Mestrado e Doutorado, o foram principalmente com base em trabalhos apresentados (teses) e, algumas vezes, estudos realizados sob orientação de Professores". De qualquer forma, os dados existentes mostram que desde a fundação até 1969, período anterior à regulamentação da pós-graduação no país, a UnB concedeu 74 títulos de Mestre e 23 títulos de Doutor, em 15 diferentes áreas de conhecimento. Um feito nada desprezível, para uma universidade que funcionava há apenas seis anos e que havia experimentado um período de interrupção de suas atividades em 1965.

A indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão não só introduziu no país novas formas de organização, como possibilitou o surgimento de experiências pedagógicas inovadoras no ensino universitário e pré-universitário. Como exemplo concreto de tais inovações pode-se citar as primeiras experiências aplicadas do método Keller (PSI – Personalized System of Instruction, como ficou conhecido no mundo); o ensino do direito criado pelos tribunais; a formação de profissionais de saúde com forte atuação comunitária e as experiências pedagógicas desenvolvidas no CIEM - Centro Integrado de Ensino Médio.

A UnB foi planejada e estruturada para ser capaz de:


  • “formar cidadãos responsáveis, empenhados na procura de soluções democráticas para os problemas com que se confronta o povo brasileiro, na luta pelo desenvolvimento;
  • preparar especialistas altamente qualificados em todos os ramos do saber, capazes de promover o progresso social pela aplicação dos recursos da técnica e da ciência;
  • reunir e formar cientistas, pesquisadores e artistas e lhes assegurar os necessários meios materiais e as indispensáveis condições de autonomia e liberdade para se devotarem à ampliação do conhecimento e á sua aplicação a serviço do homem.” (Plano Diretor da Universidade de Brasília, Editora UnB, 1962)

É inegável a atualidade desses objetivos. Queremos crer, parafraseando Darcy Ribeiro, que uma dada continuidade institucional ainda vincula a UnB de hoje ao projeto original. Como uma forma degradada da utopia, ela ainda será capaz de se auto-superar.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Pérola para reflexão

Colegas, postamos este facsimile de uma página do discurso proferido por Darcy Ribeiro na  solenidade de posse do reitor Cristovam Buarque, na qual ele se refere ao respeito pelo professor.

As outras 2 lealdades por ele referidas são a lealdade aos padrões internacionais do saber (conhecimento, ciência) e a busca de solução dos problemas nacionais.
Para referencia: Ribeiro, Darcy Universidade para quê? Brasília, Editora UnB, 1986. p.22 

Sindicato, política, partidos e independência

O sindicato é uma organização política por excelência. Ainda mais um sindicato de professores de universidades federais, cuja luta mais direta encontra como adversários o Estado, os governos federais e as administrações universitárias. Assim, desqualificar a essência política da nossa atividade sindical é desconhecer a realidade. No entanto, política não é sinônimo de partidarização ou aparelhamento. Não precisa ser. Defendemos e praticamos um sindicalismo que politiza sem partidarizar; que faz política sem se submeter ao governo ou às administrações universitárias; que atua politicamente sem se atrelar a candidatos quaisquer nas eleições parlamentares e governamentais. Nada temos contra colegas que tenham identidade ou filiação a partidos políticos. Muitos de nós temos. É um direito da cidadania e uma característica da democracia. Não aceitamos que nenhum colega seja discriminado ou desrespeitado por suas posições, desde que aceite o jogo democrático e o debate de ideias. Muitos de nós lutamos para que todos pudessem se vincular a qualquer partido, mas não aceitamos que partidos se imiscuam ou queiram utilizar-se do nosso movimento. Para nós, isso é a essência de um sindicalismo moderno e independente.
 
Por isso, defendemos que a direção da ADUnB seja independente e plural. Independente para poder defender os interesses dos professores sem se preocupar com os juízos ou sanções dos poderosos. Independente para que não se deixe levar pelos patrulhamentos ideológico, partidário ou corporativo. Independente para poder agir em nome dos professores e dos seus interesses, sem se deixar levar por demagogos de plantão. E plural. Plural para que todos os professores se sintam representados no sindicato, mesmo que eventualmente discordando da sua direção. Plural para blindar o sindicato e o movimento dos professores (e mesmo a universidade) contra interesses partidários, de candidaturas e de grupos minoritários. Plural para garantir que o debate realizado desde o início do século XX, de separação de sindicalismo e partidos políticos, possa existir no século XXI.

Assim, defendemos a politização dos professores da UnB como forma de evitar a partidarização da ADUnB e para qualificar a luta sindical. A Chapa 1 – Plural e Independente – chama todas as professores e professores para o debate político em torno das nossas lutas salariais e profissionais e em defesa de uma UnB que permita que todos possamos trabalhar com dignidade e respeito mútuo. 

terça-feira, 11 de maio de 2010

Quem somos, por que concorremos, o que queremos e o que pensamos sobre.....

Expansão da UnB
O Distrito Federal ao mesmo tempo em que é a unidade federativa que mais dispõe de recursos para serem aplicados na educação básica - Fundo Constitucional mais a obrigação, disposta no artigo 212 da Constituição Federal, de que os Estados, o DF e os Municípios devem investir em educação não menos de 25% de sua receita de impostos -, contraditoriamente, é a Unidade da Federação com a pior relação entre número de habitantes e oferta de vagas em cursos de graduação públicos. No quadrilátero e nas cidades do entorno que tem uma população de mais de 3 milhões de habitantes, a Universidade de Brasília, é a única instituição a oferecer vagas públicas - pouco mais de duas mil vagas por semestre.
Nessa perspectiva, a Chapa 1, entende ser compromisso daqueles que lutam pela educação pública prover os meios de acesso a contingente enorme de jovens que ao concluírem o ensino médio se sentem impedidos de progredirem nos seus estudos. A expansão da UnB foi iniciada muito antes do REUNI. Por força da pressão da sociedade, dos movimentos sociais, a UnB está instalada em pontos estratégicos do quadrilátero. No entanto, é preciso ampliar o número de vagas, é preciso dotar os Campi de condições de trabalho e orientar os cursos de graduação para as vocações e os desejos da população residente.
A Chapa 1 entende que a UnB pode liderar um processo vigoroso de expansão do ensino superior público no Distrito Federal sem precedentes. O recente instalado Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IF-Brasilia, que está construindo sua sede junto a Escola Paulo Freire, em frente ao Campus Darcy, e a perspectiva da regulamentação do artigo 36 da Lei Orgânica do Distrito Federal, que cria a Universidade Regional do Planalto – UNIPLAN, pode ser importante medida para criar um núcleo compartilhado de oferta educativa de educação superior à parcela significativa dos jovens residentes no Distrito Federal.
A Chapa 1, declara seu mais irrestrito apoio a todos os cidadãos brasilienses que querem ver seus filhos chegar a universidade pública e por isso não medirá esforços de juntamente com as forças vivas do Distrito Federal lutar para ampliar a oferta de cursos superiores em quantidade e qualidade.
Organização Sindical dos professores
A sociedade industrial com a organização da fábrica fordista moldou o regime de acumulação ao mesmo tempo em que definiu o espaço das relações de trabalho. No Brasil, o processo de industrialização tardio e o autoritarismo remeteram as relações de trabalho como mero apêndice do Estado, ao não permitir a explicitação do conflito e por entendê-lo como uma mera anomalia. Esse movimento teve sua inflexão no Brasil a partir das lutas sindicais no ABC paulista e que culminou com o processo Constituinte que trouxe os sindicatos a legalidade. O rompimento com o estatuto-padrão imposto pelo Estado e a liberdade de organização proporcionaram ao movimento dos docentes condições para a criação dos seus sindicatos. Tanto no Brasil, como na América Latina os professores são as categorias hoje mais numerosas em termos de filiados.
A Chapa 1 entende que a organização dos professores é importante instrumento de luta na defesa dos seus direitos. Esse é o papel do sindicato. Foi com esse propósito que desde 2008, iniciou-se um amplo movimento de filiação, trazendo para a ADUNB, independente das suas concepções, todos os professores. Hoje somos mais de 2 mil filiados, um quociente de filiação de mais 80%, quando na maioria das categorias essa relação não atinge 20%.
Nessa perspectiva a representação dos professores espera que o seu sindicato seja o guardião dos seus direitos, que defenda os seus interesses e que esforços não sejam poupados para cumprir esse devir. A Chapa-1 entende e prega a unidade do movimento docente. Nunca pactuou com a divisão do movimento sindical opondo ANDES e PROIFES, como querem nos identificar. A UnB tem sua história ligada ao movimento do ANDES e a Chapa-1 quer ser a guardiã em Brasília dos interesses dos trabalhadores docentes, por isso, rechaça qualquer rótulo de divisionista. Pelo contrário, a Chapa-1 quer a unidade dos trabalhadores docentes pois entende que sem essa unidade não há pluralidade e independência.
Isso no entanto, não nos tira a responsabilidade. A Chapa-1 entende ser equivocada a postura do ANDES, que isola o movimento docente ao se negar a participar da Conferência Nacional de Educação - CONAE, recentemente realizada em Brasilia e que definiu as bases para um novo Plano Nacional de Educação até 2022. Ora como lutar por uma universidade pública e de qualidade, com mais recursos para a educação se não ocupamos os fóruns apropriados de deliberação. A Chapa-1, defende que o seu sindicato nacional seja firme e intransigente e defenda os interesses dos trabalhadores docentes, independente das suas concepções.
_________________________

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Nossa Plataforma



1. Conjuntura

O momento de crise que vivemos na Universidade de Brasília e que culminou em nossa greve de mais de 60 dias requer uma forte mobilização em prol da defesa da universidade pública. Neste contexto, a defesa de interesses e direitos de seus associados e a garantia da diversidade de ideias e opiniões são deveres de qualquer direção sindical! A ADUnB deve ser independente do governo; isto implica que não pode se submeter aos interesses da administração pública que sejam diversos daqueles de seus associados. A política de independência em relação ao governo mostrou-se coerente na atual luta em defesa da autonomia universitária e de um direito fundamental de todo trabalhador: seu salário. A construção de um forte movimento em defesa da universidade pública e gratuita exige a unidade dos segmentos da comunidade universitária, com o respeito as suas especificidades. Conclamamos todos os professores a se unirem a nós por uma UnB plural, transparente, democrática, ética e cumpridora de seus objetivos. Respeitar a independência de cada segmento, sem perder de vista nossos interesses comuns, é nosso compromisso.

A eleição para a diretoria da ADUnB ocorrerá nos dias 11 e 12 de maio. Temos a ciência de que a presente eleição ocorre num momento de intensa luta política, que demandou a mobilização da comunidade docente, o que pode ser verificado pelo significativo incremento no número de associados (mais de 2000 ) e no aumento da participação nas assembleias. No entanto, a participação docente pode e deve aumentar. Hoje temos, à disposição. diversos meios de comunicação que facilitam a participação e a integração dos professores. As ferramentas da internet destacam-se neste contexto, e com o aval dos associados, devem ser utilizadas com maior intensidade. Consultas eletrônicas, debates virtuais, divulgação em redes sociais e as diversas ferramentas de comunicação virtual podem ajudar a qualificar e a democratizar o debate. Nossa proposta básica é aproximar ainda mais a ADUnB dos professores, fisicamente e virtualmente.

Uma maior aproximação dos professores se traduz no respeito à pluralidade com exercício da tolerância. Repudiamos o sectarismo e a instrumentalização da entidade sindical por partidos políticos e grupos minoritários. Os movimentos sociais devem ter a soberania para utilizar os instrumentos de luta adequados a cada conjuntura. Continuaremos a ter uma postura pró-ativa em relação aos graves problemas enfrentados pela universidade e pela sociedade.

2. A universidade que queremos

Não abrimos mão da defesa de uma universidade pública e de interesse público, de sua gestão democrática e participativa, de sua autonomia e responsabilidade. Temos o compromisso com a busca da excelência universitária em seus três pilares básicos: ensino, pesquisa e extensão.

3. Nossa plataforma de ação

São inúmeros os desafios que se impõem ao movimento sindical dos docentes nas universidades públicas. A sociedade brasileira mudou e com ela suas demandas político-sociais, o que exige revisão de atitudes. Como professores universitários, devemos abraçar posturas éticas e socialmente comprometidas e agir com coerência e discernimento, afastando-nos de práticas demagógicas. Devemos reafirmar o compromisso com a sociedade e reavivar o papel crítico da inteligência acadêmica, o que demanda um esforço permanente de reflexão. Desta forma, nos propomos a conjuntamente defender a excelência acadêmica e os meios pelos quais ela se estabelece: condições salariais dignas, liberdade de pensamento e expressão, valorização dos espaços acadêmicos, quer físicos ou administrativos.

4. Plataforma relativa aos novos campi e REUNI no Darcy:

Um desafio novo será integrar os novos campi e cursos à Universidade de Brasília, de forma a assegurar qualidade de ensino, de pesquisa e de extensão.

A Chapa 1 tem uma profunda preocupação com o processo de expansão do REUNI, em especial quanto à expansão extra-Darcy, no entanto sem desconsiderá-lo. Nesse sentido ela é composta por vários representantes destas novas unidades, pois se considera importante apoiar tanto os ‘antigos’ quanto os ‘novos’ professores. Investiremos nossos esforços em criar uma atmosfera política favorável à resolução dos problemas já apresentados. Nos debruçaremos sobre os prognósticos negativos quanto à continuação da expansão depois de 2012, data da expiração do período inicial do REUNI, buscando perspectivas positivas de organização. Alguns pontos terão atenção especial:
  • Instituição do Auxílio Moradia para os professores dos novos campi, uma vez que grande número de professores mora em Águas Claras, Sobradinho, Planaltina, Taguatinga, para ficarem próximos do trabalho. A exemplo da proposta da CAC para o corpo discente, os professores devem perceber um auxílio, dada a inexistência de moradia funcional fora do plano piloto. Esse princípio segue o do auxílio alimentação e auxílio transporte, isto é, está de acordo com o princípio da isonomia;
  • Implantação do atendimento jurídico nos novos campi;
  • Apoio à política de expansão, em especial na garantia de que o processo previsto termine como foi proposto inicialmente: o objetivo seria a entrega dos prédios adequados e quadro completo de professores, funcionários e técnicos;
  • Representação sindical nos campi, sob forma de um posto avançado de atendimento, com autonomia relativa;
  • Adequação e reconhecimento do estatuto dos campi na próxima estatuinte ou no estatuto atual da UnB, tirando as novas unidades do 'limbo' jurídico atual;
  • Atenção especial às relações de trabalho dos novos professores em estágio probatório;
  • Representação sindical, de membros dos campi, no Grupo Gestor do Reuni, para discutir com os interessados a política de expansão e o destino dos recursos. Como exemplos, discussão dos RUs nas expansões; moradia para alunos na Ceilândia ou Planaltina ou Gama;
  • Aumento do número de vagas funcionais de moradias na Colina e nas quadras, dado que houve aumento no número de professores da UnB.

5. Principais ações:
Em consonância aos interesses dos professores:
  • Lutar contra qualquer corte salarial;
  • Coordenar ações em prol da isonomia salarial dos professores;
  • Criar mecanismos mais ágeis de progressão por mérito e por tempo de serviço, como o reconhecimento da legitimidade do CV Lattes como documento comprobatório das atividades acadêmicas;
  • Discutir um plano de carreira que contemple os objetivos, as especificidades e o mérito de nossa profissão;
  • Buscar a extensão das gratificações aos aposentados e equiparação da remuneração dos aposentados com os servidores da ativa;
  • Buscar meios para a criação de mecanismos que garantam uma aposentadoria justa para os professores enquadrados no novo regime de previdência;
  • Lutar por melhores condições de trabalho;
  • Trabalhar por uma ADUnB cada vez mais representativa, realizando campanha de ampliação do número de filiados e criando mecanismos que fomentem uma participação efetiva;
  • Incentivar a renovação, participação e fortalecimento do Conselho de Representantes;
  • Continuar aprimorando os canais de discussão e divulgação das questões do sindicato (boletins, jornais, fóruns, encontros, etc.);
  • Continuar transformando a Casa do Professor em lugar efetivo de encontro e convivência entre os professores, com palestras, lançamentos de livros, discussões, cultura e lazer, enfim, num local de interação efetiva e afetiva;
  • Continuar participando da busca de soluções aos problemas que dizem respeito diretamente à qualidade de vida dos professores, como plano de saúde e outros, sem perder a perspectiva de luta solidária pela universalização dos serviços de saúde, moradia e transporte;
  • Promover e estimular eventos que integrem a comunidade universitária (docentes, discentes e servidores administrativos) para pensar e encaminhar propostas para a construção democrática de uma UnB que cumpra seus objetivos e garanta a qualidade de ensino, da pesquisa e da extensão, sem prejuízo das diferenças

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Quem é quem na Chapa 1

Presidente: Ebnezer N. da Silva (IdA)

1o. Vice-Presidente: Adson F. Rocha (FGA)

2a. Vice-Presidente: Mariza M. Borges (IP)

Suplente da Presidência: Henrique de Castro (ICS)

Secretário Geral: Remi Castioni (FE)

1o. Secretário: Rafael Morgado Silva (FGA)

Suplente de Secretaria: Natan Monsores de Sá (FS)

1o. Tesoureiro: Miguel Ângelo Montagner (FCE)

2o. Tesoureiro: José Alexander Araújo (FT)

Suplente da Tesouraria: Flavio M. P. da Costa (FUP)